Como eu já contei na parte 2 do causo eu, Fernando e André saíamos todos os dias para fazer as aulas de mergulho. E o Du, que estava adoentado, ficava no apartamento para se recuperar. Até demos uma fugida da aula e fomos para o Beto Carrero num dia, quando o Parque ainda era mais um mapa bonito e cheio de promessas do que atrações reais e funcionando, mas o "normal" era o Du se refugiar no apartamento e na praia em frente.
O problema é que o André tinha um celular Motorola, do tipo "tijolão", que precisava de 5 horas ligado na tomada para carregar, para funcionar uns 15 minutos. E estava com uma namorada nova, para quem ele ligava todo dia, escondido na lavanderia para a gente não ouvir o que conversavam. Até que a curiosidade do Du falou mais alto e ele resolveu analisar o brinquedinho do André, numa das tardes ociosas. E não conectou direito o carregador depois. Quando chegamos à tarde, o André pegou o telefone no quarto, tirou da tomada e foi para a lavanderia fazer sua ligação diária. E voltou segundos depois, bufando de raiva, com o celular descarregado numa mão e a outra com vontade de dar um soco no amigo. A solução foi apelar para o orelhão da rua, mas sem a privacidade da lavanderia para usar os apelidos carinhosos do casal de pombinhos.
Com todos os acontecimentos, a volta não poderia ser tranquila. Subindo a serra antes de Curitiba, a F-1000 ficou ingovernável. Deslizava de um lado para o outro sem controle. Na primeira escapada, pensei que havia óleo na pista, ou que havia exagerado na velocidade com a pista molhada pela garoa. Mas quanto mais devagar eu ia, pior ficava para dirigir. Quando chegamos ao planalto, encostei no acostamento para ver o que estava acontecendo e as rodas estavam completamente desalinhadas. Cada uma apontava para um lado. Resolvemos voltar até um posto que havíamos acabado de passar, mas bastou engatar a ré e tentar andar, para alguma coisa estourar embaixo da caminhonete. A solução foi chamar o seguro, despachar o Du para o carro do Fernando, junto com o André, e seguir viagem de guincho até Curitiba, onde um mecânico fez uma gambiarra. Ah, sim, e deu outra carga na bateria, que descarregou novamente por causa do som e do pisca alerta ligado.
Ao chegar em casa ainda descobrimos que trouxemos a chave do apartamento alugado. Era para deixar num local combinado, no próprio prédio, mas viemos com ela para São Paulo. A viagem dos causos havia acabado, mas não as consequências. Só para constar, o André casou com aquela namorada e estão juntos e felizes até hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário